sábado, 7 de maio de 2011

Como tudo começou

TUDO TEM UM PRINCÍPIO

Ingressei nos quadros de «O Primeiro de Janeiro», em 1955, a convite do seu director, Manuel Pinto de Azevedo Júnior, por influência de um dos colaboradores Daniel Constante. Passado o período de adaptação e já com residência, na Avenida de S. Lourenço, em Ermesinde, onde também residiam o Claudino Diniz, CT1UK e Adérito Ferreira, CT1IQ, este meu colega (administrativo) naquele jornal diário.
O convívio obrigatório com estes radioamadores, nas horas de lazer, normalmente no Café Conquistador ou no Cruzeiro - e digo obrigatório, porque, como acontece com a maioria das pessoas que chegam a uma localidade pela primeira vez, e não constituíram ainda o seu núcleo preferencial de convívio, passa por aqueles que vivendo na mesma localidade e trabalhando na mesma instituição são companhia obrigatória durante as viagens de ida e volta (casa-emprego-casa) - obrigava a que a conversa se restringisse à actividade de radioamador, quer relatando as suas aventuras de contacto a longa distância (Dx´s) quer dando conta das suas experiências na modificção dos emissores e receptores ou da instalação de novas antenas. É claro, que assistia a estas longas descrições, com algum interesse, mas, como é óbvio, sem perceber «patavina» do que ambos falavam.
Mas o inevitável aconteceu. Num daqueles dias, a convite do CT1UK e a pretexto de uma nova antena que tinha acabado de montar no palacete onde residia, no início da Rua da Formiga, lá fui visitar a estação deste excelente e muito activo radioamador. Os fios da antena confundiam-se com a ramada da vinha implantada no terreno anexo à casa, a estação emissora era um amontoado de fios com muito material para mim desconhecido. No meio da troca de ideias técnicas entre aqueles dois parceiros de café, surgiu o convite sacramental: então, Nelson, porque é que você, não partilha do nosso «hobby», e, assim, acompanha com interesse as nossas conversas, dando-nos, por outro lado, a ajuda que nós precisamos para desenvolver a actividade? Acolá mesmo ficou decidido que iria requerer o meu primeiro exame para radioamador. O CT1UK não era homem que admitisse uma recusa e a diferença de idade que nos separava, impunha um respeito quase intocável pelas suas opiniões ou sugestões. O CT1IQ, jovem como eu, olhou de soslaio e, meio incrédulo, assistiu ao meu assentimento. A partir deste dia passei a ter muitos colegas e amigos: a minha apresentação havia de decorrer dias depois.

 

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